1.8.11

aviso: não percam tempo a lê-lo. sou eu a puxar o autoclismo aos meus instintos agressivos

como posso acordar às seis da manhã se nem sequer existem raios de sol que comprovem a dita manhã? mas era essa a hora apontada pelos ponteiros do despertador que continua em cima da mesinha de cabeceira [mesmo correndo constantemente o risco de levar com um calduço e desfazer-se em cacos no chão], quando toca. certo, escusas de fazer fita e ronha, tens mesmo de sair do ninho, lavar-te, vestir-te, pegar numa maça e tornar-te novamente humana. missão: manter-me acordada às portas do centro de saúde da terriola, porque sim, aqui o sistema é o seguinte: não tens marcação mas queres consulta é? monta a tenda à porta do centro para guardares vez e espera que alguém o abra. oito e meia: abriu-se! ufa! tira a senha, mesmo uma senha verdadeira e agurarda mais o x de tempo para seres atendida porque as moças do balcão têm de pôr as coscuvilhices do fim-de-semana em dia. relax, take it easy. tudo bem, sou humana e estou de férias para quê chatear-me? pego no livro e começo a ler, um capítulo, dois capítulos, três capítulos.. e por aí adiante até às nove e quarenta e cinco: quem está para consultas de urgência? eu! eu! sou eu! ahah  eu sabia que esta hora tinha de chegar! sinto-me bem, apesar de estar com pena da senhora do lado já com uma idade avançada cocha, porque sei que fiz para merecer ser a primeira das primeiras. a senhora olhou-me de cima a baixo reparou que eu (apesar da cara ainda transparecer vincos de  sono) transpirava saúde e pergunta: bom dia? então qual o motivo da consulta?, à qual eu respondo ainda na maior das serenidades: vou para o estrangeiro durante algum tempo e preciso de fazer analises para saber se está ou não tudo bem, à qual ela me diz: oh menina mas isso não é motivo de urgência, não tem nenhuma dor pois não? então não posso fazer nada, no máximo marcar uma consulta para outubro. ao qual eu penso: oh minha senhora,  nesse dia já espero estar bem longe daqui mas quer que corte os pulsos para me considerarem motivo de urgência é? ou isso já é demais para as vossa limitadas capacidades? mas ao qual eu respondo: então o meu primo tem aí uma consulta marcada para as onze e quarenta e cinco substitua-o, sff, por mim. penso a rir-me por dentro com um sorriso maquiavélico: desta não estavas tu à espera han! toma, embrulha! qual quê, ao que ela ainda me responde com cara de quem estava  exactamente com o mesmo pensamento que eu: desculpe lá mas as substituições só podem ser realizas com antecedencia, no próprio dia não é possível. wtf? really? só pode estar a gozar com a minha paciência? ou a querer que eu revele a parte menos humana de mim, que eu sei bem que a tenho? sério. 

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